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A Região Metropolitana de Belo Horizonte possui 4.930 estabelecimentos de agricultura urbana,

Grupo AUÊ completa 10 anos de incentivo à agricultura urbana

A Região Metropolitana de Belo Horizonte possui 4.930 estabelecimentos de agricultura urbana,Êcompletaanosdeincentivoà o que representa 58% dos estabelecimentos agropecuários da região e 18,10% da área ocupada com agricultura. Só em BH são 41 unidades produtivas coletivas ou comunitárias de agricultura urbana.

Esses são dados do Anuário das Agriculturas Metropolitanas de 2021, feitos pelo AUÊ!, grupo de Estudos em Agricultura Urbana vinculado a UFMG, que tem papel significativo para este cenário. Há dez anos o grupo tem atuado na articulação, formação e promoção do acesso dos agricultores urbanos às políticas públicas para o setor.

Em Belo Horizonte, o AUÊ! acompanha, por exemplo, as produções nas regionais do Barreiro e Nordeste, por meio do projeto “Perto das mulheres, perto da terra”. De três em três meses, agricultoras acompanhadas pelo AUÊ! recebem orientações sobre sua produção, compartilham experiências e trocas.

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Uma das metodologias desenvolvidas para essa devolutiva é a caderneta de produção, onde as trabalhadoras conseguem acompanhar e ter dimensão das riquezas que produzem. “Antes a gente trabalhava, mas não tinha noção do quanto a gente produzia. Então a caderneta trouxe esse retorno para a gente e é magnífico ver o quanto produzimos, desde quando colocamos a muda até quando colhemos, todo processo é registrado”, relata Valquiria de Matos, produtora do bairro São Gabriel.

Agricultura urbana e segurança alimentar

Em parceria com entidades diversas, como a Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da PBH (SUSAN- BH), o AUÊ! conseguiu, por exemplo, ampliar o índice de compra da agricultura familiar na Prefeitura de Belo Horizonte. “Fortalecendo a agricultura urbana e familiar, trazendo para as escolas uma comida mais saudável e reduzindo os atravessadores que muitas vezes impedem que esses produtores acessem essas políticas”, explica Diana Nascimento, nutricionista e integrante do grupo.

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A pesquisadora, que também é Presidenta do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte, pontua ainda que agora o AUÊ! tem se articulado para construir junto aos produtores iniciativas de compras institucionais, como caixas escolares onde diretores de escolas poderão, por exemplo, comprar diretamente de hortas do entorno.

Saberes tradicionais

Além destas iniciativas o AUÊ! também cultiva no Instituto de Geociência da UFMG (IGC) o “Horto IGC”, um espaço de produção agroecologia de espécies comestíveis e plantas medicinais. Diana Nascimento, explica que assim como outras políticas do AUÊ!, o horto funciona como uma ponte entre a academia e os saberes tradicionais.

“Não é só a universidade ensinando, mas também aprendendo. O conceito da educação popular permeia todo nosso trabalho. Então esse espaço funciona também como esse resgate e valorização dos saberes ancestrais, tradicionais, das raizeiras, etc.”, reforça.

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A moradora da Ocupação Paulo Freire, na região do Barreiro e militante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Alexandra Assis relata outra experiência dessa política. A agricultora, que criou uma horta na ocupação onde mora, era acompanhada pelo grupo e recentemente se tornou também pesquisadora do AUÊ!. Ela conta que foi por meio do projeto, que teve dimensão da produção agrícola no território urbano da RMBH.

“Eu não imaginava que havia esse volume de produção. Plantar na cidade é revolução, é resistência. E nós estamos nessa busca enquanto agricultoras, curandeiras, quilombolas. Uma transformação necessária que precisamos para comer bem e saudável. E nós temos condição de ter isso na cidade, sem necessariamente esse translado com o campo”, reflete.

Planejamento territorial

A professora e arquiteta Heloísa Soares, fundadora do grupo, explica que uma das principais características do AUÊ! é seu esforço em associar as questões urbanas e sociais às questões ambientais.

“Para produzir na cidade é preciso de terra e água e são duas riquezas muitos disputadas. Então a gente tem trabalhado muito no sentido de articular as políticas de segurança alimentar, agricultura urbana, etc. com as políticas de planejamento territorial”, pontua. “Ao longo dos anos, conseguimos colocar esta dimensão do debate urbanístico e ambiental e esse foi um marco muito importante do AUÊ! ”, completa.

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida

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